A América Latina é o continente com a maior desigualdade e violência do mundo, segundo relatórios de organizações internacionais, desde as Nações Unidas até o BID. A segurança está passando por um processo doutrinário operacional de mutação: do conceito de segurança do estado militar da Guerra Fria, que na América Latina foi simultaneamente traduzido na doutrina da segurança nacional e da segurança coerciva que violava os direitos humanos sob o paradigma da ordem pública dentro dos estados. 
O novo conceito emergente é o de segurança humana, promovido em alguns países ao redor do mundo, que é entendido como multidimensional. Em outras palavras, a segurança é uma só, mas contém várias dimensões: pessoal, ambiental, comunitária, econômica, legal, externa e interna. Este conceito de segurança, sem desconsiderar o Estado, é inclusivo da pessoa humana, em direção ao interior dos Estados e, portanto, o conceito político de segurança pública tornou-se segurança cidadã. 
O tráfico de drogas, como organização territorialista para a comercialização e distribuição de drogas, e o crime organizado, como um ator político territorial que procura cooptar o Estado e transformar o Estado em um novo tipo de poder: o Estado criminoso, também surgiram com grande força como resultado da globalização. O tráfico de drogas como crime organizado faz uso do mercado varejista e atacadista, que não funcionaria sem a complementaridade do sistema financeiro e a coexistência de setores políticos, empresariais e judiciais. 
A segurança como política de gestão pública deve ser dirigida pela política, caso contrário, torna-se um governo policial de segurança. Paradoxalmente, os setores acadêmicos prejudicam os estudos de segurança e as ciências sociais têm uma certa limitação da criminalística para enfrentar o complexo fenômeno da insegurança. 
Por esta razão, estamos lançando este curso de treinamento internacional no Uruguai para avaliar estudos de segurança interligados em uma tripla dimensão: municipal, nacional e internacional.