Políticas e ensino de idiomas

Abordagens ao programa "Centro de Línguas Estrangeiras"

Resumo

O Estado uruguaio sempre considerou benéfico o ensino de línguas modernas no ensino médio. O fran-cês, o inglês e o italiano foram as línguas que tradicionalmente integraram os diferentes planos de es-tudo. O português, por razões político-linguísticas, nunca foi incluído. Em 1995, foi estabelecido que o inglês fosse a única língua estrangeira obrigatória no ensino médio - público e privado -. Em 1996, foi criado o Programa “Centro de Línguas Estrangeiras†(CLE) para oferecer, a alunos do âmbito público, cursos opcionais e extracurriculares de francês, italiano e português incorporando-se, posteriormente, oalemão e a língua de sinais uruguaia. O objetivo da exposição é apresentar uma investigação sobre oprograma CLE. No início do trabalho, desenvolvem-se brevemente algumas das medidas tomadas pelo Estado em relação ao ensino de línguas estrangeiras nos séculos XIX, XX e XXI. Seguidamente, analisa-se o fundamento da criação do Programa, suas características e sua evolução em termos estatísticos. A investigação mostra que o número total de alunos do Programa, por um lado, nunca atingiu 10% do público a que se destina e, por outro lado que, entre 2002 e 2015, esse número diminuiu constantemente. Também se observa que, embora o português figure como a língua com maior número de alunos, se-guida pelo italiano, o francês, e o alemão, a limitada informação disponível obriga a relativizar as con-clusões. Por último, a investigação levanta novas questões: por um lado, quanto à coerência entre o discurso estatal e a realidade do Programa CLE e, por outro, sobre as causas da escassa informação disponível sobre este.